No dia Nacional de conscientização das Mudanças climáticas, resgatamos uma conversa da iniciativa Coalizão da UFPR pela Década do Oceano, realizada em novembro de 2020, com o Professor Dr. Carlos Nobre, coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas e um dos autores do Quarto Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre as Alterações Climáticas (IPCC) da ONU. Ainda, pelas suas contribuições, o professor foi agraciado com o Prêmio Nobel da Paz em 2007.
O oceano é essencial para a regulação climática. Além de compor 70% do planeta, é fonte de bens e serviços que sustentam a humanidade.
Segundo Nobre, é impossível não enxergarmos os efeitos das mudanças climáticas na atualidade. É só observarmos, por exemplo, chuvas intensas ou secas intensas prolongadas causando desastres naturais.
“Estamos injetando 50 bilhões de toneladas de gás efeito estufa na atmosfera todos os anos. Desse total, as florestas globais e o oceano retiram 56%, mas 44% do gás carbônico permanece na atmosfera e esse é o principal gás que está fazendo a temperatura da terra aumentar. Esse gás vem da queima de combustíveis fósseis, sendo 70% dos gases de efeito estufa (gás carbônico, metano, óxido nitroso), 24% da agricultura e dos desmatamentos e o restante vem das emissões industriais e a decomposição de resíduos”, explica.
O CO² (dióxido de carbono) é um composto que causa grande impacto na química do oceano. A concentração desse gás vem aumentando cada vez mais devido a industrialização e urbanização das cidades.
Iniciativas como as pesquisas científicas realizadas pelo Laboratório de Ecologia e Conservação da Universidade Federal do Paraná e ações de resgate de encalhes de animais marinhos, via Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), são fundamentais para avaliar a situação atual da qualidade e saúde do oceano. Estas informações são essenciais para propor recomendações de mudanças comportamentais e estratégias de gestão para que os impactos sejam reduzidos.
Mas como as mudanças climáticas podem afetar o oceano?
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Cabe a nós, valorizar a ciência, repensar nosso modelo de consumo, reduzir o uso de combustíveis fósseis e cobrar medidas mais severas no enfrentamento das políticas para combater as mudanças climáticas.
Assista entrevista completa com o Dr. Carlos Nobre junto a Iniciativa Coalizão UFPR, no link do programa Coalizção UFPR pela Década do Oceano: ::MUDANÇA CLIMÁTICA:::: Há algo a ser feito? - Programa Oceanos #03 https://youtu.be/JMu7s_o9Mko
Sobre o PMP-BS
O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama. O projeto tem como objetivo avaliar possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos encontrados mortos.
O PMP-BS é realizado desde Laguna (SC) até Saquarema (RJ), sendo dividido em 15 trechos. O Laboratório de Ecologia e Conservação da Universidade Federal do Paraná (LEC/UFPR) é responsável por monitorar e avaliar os encalhes no Trecho 6, abrangendo os municípios de Guaratuba, Matinhos, Paranaguá, Pontal do Paraná e Guaraqueçaba (PR).
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